sábado, 9 de fevereiro de 2013


De quantas graças tinha, a Natureza





De quantas graças tinha, a Natureza
Fez um belo e riquíssimo tesouro;
E com rubis e rosas, neve e ouro,
Formou sublime e angélica beleza.

Pôs na boca os rubis, e na pureza
Do belo rosto as rosas, por quem mouro;
No cabelo o valor do metal louro;
No peito a neve em que a alma tenho acesa.

Mas nos olhos mostrou quanto podia,
E fez deles um sol, onde se apura
A luz mais clara que a do claro dia.

Enfim, Senhora, em vossa compostura
Ela a apurar chegou quanto sabia
De ouro, rosas, rubis, neve e luz pura.

Luís de Camões


Linhas de leitura:
·         Partes lógicas.
·         Retrato.
·     Efeitos da beleza retratada no sujeito poético.
·         Recursos estilísticos.
·         Estrutura formal da composição.


Sem comentários: